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A imagem das Mulheres no Cinema Egípcio

Por mais de cem anos, os cineastas no Egito sempre procuraram desenvolver essa indústria como meio importante para renda comercial e uma fonte poderosa e direta para promover ideias em várias direções, imagens e conceitos. A linguagem cinematográfica é uma linguagem mágica e uma ferramenta difundida em seu impacto no destinatário.



A indústria cinematográfica no Egito começou como uma tendência natural que acompanhou a transformação do Estado, a mudança que afetou a sociedade, começando com a transformação e o movimento político e econômico a partir das ideias de Muhammad Ali no desenvolvimento da agricultura e indústria no Egito. Influenciada pelo modelo europeu, enviou missões ao exterior para aprender as ciências e preencher a lacuna cultural, reproduzindo modelos da cultura europeia contemporânea, no período de 1860, por transmissão direta ou por adaptação local.


As apresentações de cinema naquele período tiveram uma participação nesse desenvolvimento, pois o primeiro espetáculo cinematográfico no Egito foi em 1897, realizado por um morador italiano de Alexandria que aproveitou o maior café da cidade. Naquele período, exibiu um dos filmes que ele trouxe de Paris, que foi amplamente conhecido na época, sob o nome de “Cinema Lumière”, e com isso a indústria cinematográfica estava intimamente relacionada a eventos históricos e foi diretamente afetada pelas condições econômicas e pelas mudanças políticas.


O Egito começou a prestar mais atenção a essa nova arte criando estúdios de cinema ao estilo ocidental e tomou a iniciativa de enviar missões educacionais de grupos amadores ao exterior para aprender artes de cinema, que se tornaram os pilares da indústria cinematográfica no Egito.

Desde o início dessa indústria, a causa das mulheres egípcias ocupou a mente dos intelectuais, especialmente daqueles que se misturaram às sociedades ocidentais em sua juventude e tocaram na vasta diferença entre as mulheres ocidentais e árabes. Eles escreveram, produziram obras pedindo a emancipação das mulheres e mudando a visão superficial que a sociedade tinha; foram produzidos filmes que estavam intimamente relacionados aos problemas das mulheres egípcias, embora os costumes da sociedade durante esse período foram muito estritos em relação ao trabalho e à educação das mulheres, e muitas vozes começaram a reivindicar os seus direitos e a necessidade de libertá-las do casulo que a sociedade tece ao seu redor, além da necessidade de compartilhar a vida com os homens em suas formas completas.


A questão da libertação das mulheres continuou como uma questão de importância paralela à causa da libertação do país, e a produção literária e artística em torno desse quadro começou a florescer.


A imagem das mulheres no cinema egípcio ao longo dos tempos reside na mudança, no conteúdo da obra em si e em suas direções, como mencionado anteriormente, que o cinema é uma arte, relacionada e influenciada pela mudança da sociedade; então, o que muda são os problemas experimentados pelas mulheres.


Trabalho e educação


Dos anos cinquenta até o início dos anos sessenta, a questão da educação e do trabalho das mulheres era a principal preocupação dos cineastas. O filme “Professora Fátima” (produzido em 1950) apresentou a tragédia da mulher formada e as dificuldades que a impediam de obter seu direito de encontrar uma oportunidade de emprego durante a guerra machista. Mais tarde, procurou-se mudar a imagem artística e explorar os tópicos de romances literários, já que a maioria deles, nos anos sessenta, desfrutava de um senso realista e embarcava em temas que afetavam a sociedade oriental, convertendo romances literários em obras cinematográficas.


Prostituição


Os personagens eram como teclas iluminadas que atraíam o curso dos eventos para eles e às vezes os controlavam, como nas obras “Cairo 30” (produzido em 1966), “Início e fim” (produzido em 1961), “Beco Al-Madaq” (produzido em 1963) e “Ladrão e cães” (produzido em 1962). Outros filmes explodiram a questão das "mulheres prostitutas" na sociedade egípcia de maneira aberta e pública. Com o tempo, o papel das mulheres na sociedade evoluiu e elas obtiveram muitos de seus direitos, dos quais os mais importantes são educação e trabalho.


Livre e dominante


A visão cinematográfica da mulher mudou na medida em que as mulheres dos anos oitenta se apresentavam mais maduras, mais fortes e mais influentes na sociedade do que na década anterior, que restringia o papel da mulher apenas como instrumento de prazer para os homens. As mulheres se uniam aos homens, eram mães, esposas, funcionárias e donas de casa, líderes em seu universo.  

Nesse período, o cinema apresentou alguns modelos que não eram abordados antes na tela do cinema, como a questão do casamento secreto entre jovens, estupro, sequestro, desemprego, etc. Todos esses problemas, recém-emergentes, evoluíram com os temas dos filmes, mas na íntegra carregavam um problema básico que era a mudança na visão da sociedade sobre a mulher ao longo dos tempos, como uma bela obra-prima que não deve ser distorcida por poeira. Dessa forma, as imagens mudam, assim como os significados para transformar os eventos públicos e o desenvolvimento da sociedade.


Escrito por Rania Youssef (15 de Março de 2009) Tradução: Amro Saad


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Nos últimos anos, em razão das mudanças políticas e sociais que resultaram na revolução da informação e da comunicação, o cinema egípcio mudou novamente ao lidar as questões das mulheres. Em 2017, na estreia da mostra do cinema egípcio contemporâneo, patrocinada pelo Banco do Brasil, apresentamos as obras do falecido diretor Mohamed Khan, conhecido por ter sido um defensor da causa das mulheres. A 2ª Mostra, em breve em SP e Rio, trará o atual cinema egípcio, no qual aborda diversos temas, e claro, a versão mais recente das mulheres no cinema.

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